sábado, 4 de abril de 2009

turismo rural


O ESPAÇO TURÍSTICO
Janaina Britto
1/2009

Para efeito do planejamento do turismo: é necessário conhecer as características do espaço em que se vai implantar o turismo

Quando um sistema de planejamento nacional começa a operar →

Definir seu campo de ação em função da regionalização do país – que ocupam todo o seu território.
As regiões adquirem determinada identidade – qualificação homogênea e contínua – indicadores econômicos- bens e serviços

Lembrando =divisão política-administrativa

A análise econômica não pode ser transportada para o espaço físico – muitos elementos materiais da natureza abrangem mais de uma região politicamente e economicamente dividida.

Daí: região-plano ou região programa


O turismo vai principalmente se inserir no planejamento físico de determinada localidade ou região, atingindo e impactando os demais espaços.

O planejamento físico do espaço é: a técnica científica do ordenamento das ações do homem sobre o território, resolvendo harmonicamente a construção de todo tipo de coisas e antecipando o efeito da exploração dos recursos naturais.

Evita a anarquia espacial.

Seu objetivo é a organização do espaço e sua função é aperfeiçoar o uso atual, evitando esgotamentos para o futuro.

Possibilidades de aplicação do planejamento físico:

planejamento do espaço natural
planejamento do espaço urbano

Realizado por uma enorme gama de profissionais, está a serviço do planejamento integrado do turismo.

Características do Espaço Físico

Dentro da escala que se quer abranger, o espaço físico é toda a Terra e sua continuidade (ex. mar)

Dentro dos limites da capacidade perceptiva dos homens há, portanto, 2 modos de observa-se o espaço:

mediante o tamanho dos objetos materiais
mediante as distâncias que os separam

A forma que ambos deixam é distinta: dos objetos é a sua massa e dos espaços, pela forma dos objetos que os limitam.
Assim, há os seguintes tipos de espaço:

Espaço Plano: tem duas dimensões – comprimento e largura e serve para se conhecer o tamanho das coisas – corredor de um hotel, p.ex
Espaço Volumétrico: tem 3 dimensões – comprimento, largura e altura e refere-se a forma do objeto – 3d
Espaço Tempo: reúne as 3 dimensões anteriores à uma nova, representada pelo tempo que um observador demora para percorrer um espaço – corredor de hotel – ou apreciar um volume – pirâmides no Egito.

Assim, essa quarta dimensão é subjetiva e extremamente importante para o Planejamento do Turismo. O estudo minucioso da qualidade espacial de cada lugar deve servir para traçar os percursos ideais e para calcular os tempos óticos e mínimos de cada visita.

Além do espaço econômico e do físico, para efeito de planejamento também utilizam-se os conceitos de espaço social e político.

Os dois não passam de partes de um território limitado por entornos em situações similares

Espaço social: qualidade de moradia ou grau de alfabetização

Os espaços econômico, social e político compartilham as mesmas características intangíveis diferenciando-os do espaço físico.

TIPOS DE ESPAÇO FÍSICO PARA PLANEJAMENTO

O planejamento manejo 7 tipos de espaço físico

REAL
POTENCIAL
CULTURAL
NATURAL
VIRGEM
ARTIFICIAL
VITAL

Alguns correspondem a expressões materiais do espaço físico: cultural
Natural, virgem, artificial e vital. Os outros são qualificações conceituais próprias do planejamento (real e potencial) e um deles pertence ao campo da ecologia (vital)

Definições das Tipologias

Espaço Real: refere-se a toda superfície de nosso planeta e a biosfera que o envolve. É real porque o percebemos e nos deslocamos por ele.
Espaço Potencial: refere-se às possibilidades de mudança, destinando-se o espaço real a um uso diferente do atual. Não existe no presente e faz parte da imaginação dos planejadores, que o estudam em prognósticos e diagnósticos
Espaço Cultural: É a parte da crosta terrestre que teve modificada sua fisionomia original, devido à ação do homem e devido ao seu trabalho e tarefas, se distingue como uma cultura diferenciada. È espaço natural adaptado se analisado enquanto solo modificado.
Espaço Natural: Também chamado de natural adaptado, são as partes da crosta terrestre em que predominam o reino vegetal, animal e mineral, sob as condições que o Homem lhes estabeleceu. É Tb chamado de espaço rural, assinalando a diferença com o espaço urbano e com as atividades realizadas no local. O Homem determina seu uso.
Espaço Artificial: Inclui aquela parte da crosta terrestre em que predomina todo tipo de artefato construído pelo Homem, sendo sua expressão máxima a cidade ou espaço urbano.
Espaço Natural Virgem: São aquelas áreas cada vez mais raras, do espaço natural sem vestígios da ação do Homem.
Espaço Vital: Essa forma espacial não se refere ao solo, mas ao homem ou a qualquer outra espécie do reino animal, vegetal e mineral e seu entorno ou meio favorável que requerem para sobreviver. Espaço ecológico.

TIPOLOGIA ESPACIAL

REAL POTENCIAL

Natural ou Rural
CULTURAL OU ADAPTADO
Artificial ou Urbano


Virgem
NATURAL
Adaptado

VITAL (ecológico)

O ESPAÇO TURÍSTICO

O Espaço Turístico é conseqüência da presença e distribuição territorial dos atrativos turísticos que são a matéria prima do turismo, Este elemento do patrimônio turístico mais o empreendimento e a infra-estrutura turística são suficientes para definir o espaço turístico de qualquer localidade, região, estado e país

Quando o profissional de planejamento trabalha na delimitação desse espaço, o faz através de mapas e recursos tecnológicos – GPS – traçando uma superfície plana que represente o espaço a ser trabalhado em prol da exploração turística.

Como é descontínuo, o espaço turístico deve fielmente apresentar os atrativos e estruturas E REALÇAR ESSES AGRUPAMENTOS.

No caso de regionalização do turismo e seus produtos CLUSTERS, não se conceitua o espaço como turístico – é REGIÃO TURÍSTICA.

Assim, as tecnologias e metodologias auxiliam na distribuição territorial de atrativos e empreendimentos de forma a identificarmos os agrupamentos e recorrermos aos componentes do espaço turístico, classificados, em ordem descendente em relação ao tamanho de sua superfície, a seguir:

ZONA
ÁREA
COMPLEXO
CENTRO
UNIDADE
NÚCLEO
CONJUNTO
CORREDOR
CORREDOR DE TRANSLADO
CORREDOR DE ESTADA

ZONA:
A denominação geoturística da zona turística Costa das Baleias foi dada pelo governo baiano, quando dividiu o estado em pólos e zonas turísticas. A Costa das Baleias está inserida no Pólo Turístico do Descobrimento, engloba as cidades de Prado, Alcobaça, Caravela, Nova Viçosa e Mucuri, localizadas no extremo sul, e possui o atrativo natural do arquipélago de Abrolhos, além de receber em seu litoral de junho a novembro as baleias Jubartes, que chegam à região para procriar e alimentar seus filhotes. A figura 1 mostra a localização da zona turística Costa das Baleias e as respectivas cidades que a compõem.




















... - finalmente, foi criado o cluster da Rota Turística Costa das Baleias, conforme a figura 2



















DISCUSSÃO:

O desenvolvimento do turismo está intimamente relacionado com a elaboração de estratégias – para alcance de resultados e aumento de produtividade, para resolução de problemas e desafios impostos pela globalização, em especial através de alianças estratégicas. A discussão sobre a formação de clusters como estratégia de desenvolvimento regional e de alianças estratégias (fusões, alianças, incorporações, franquias, etc.) para melhoria da competitividade tem ocupado uma posição de destaque em diversos segmentos econômicos. Em especial a partir da segunda metade da década de 90, essa discussão também tem recebido atenção na atividade turística. O presente artigo discute superficialmente, observando colocações de alguns autores, o relacionamento das estratégias de formação de clusters e alianças na atividade turística.

Beni (1999), “cluster é um conjunto de atrativos com destacado diferencial turístico, dotado de equipamentos e serviços de qualidade, com excelência gerencial, concentrado num espaço geográfico delimitado

Petrocchi (apud FRATUCCI, 2002) propõe o conceito de pólos turísticos como recurso metodológico para o desenvolvimento de processos de planejamento turístico e apresenta o conceito de pólo como sinônimo de "cluster" a partir do conceito proposto por Porter (2002). Petrocchi oferece alguns exemplos brasileiros, onde o conceito de "pólo" foi a base metodológica, como os "clusters" turísticos dos Estados do Maranhão, Pará e Ceará. Toledo e colaboradores (2001) desenvolveram o “Modelo de Sistema Interfuncional Inter-relacionado da Competitividade em Clusters Turísticos” (SIIC). Esses autores desenvolveram um quadro (Quadro 1), com base no SIIC, onde demonstram as principais diferenças entre pólo turístico e cluster turístico:

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