domingo, 19 de abril de 2009

Turismo rural pode ser opção em tempos de crise econômica

Programa Benchmarking em Turismo faz nascer primeira operadora nacional de turismo rural
Descoberto na última década pelos visitantes estrangeiros e nacionais, o turismo rural foi o segmento do setor turístico que mais cresceu no Brasil desde então, com uma média de 20% ao ano. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Turismo Rural (Abraturr), em 1994 haviam cerca de 400 empreendimentos rurais com atrativo turístico. Em 2008, já seriam cerca de 15 mil.
Mas o setor não vem atravessando uma boa fase, segundo o presidente da Abraturr, Carlos Solera. Proprietário de um empreendimento rural em
Santa Catarina, ele recebeu apenas um grupo estrangeiro nos primeiros três meses deste ano. “Tínhamos uma média de três grupos por mês”. Solera atribui a diminuição da procura a dois fatores: crise econômica mundial, que afastou os estrangeiros, e o gargalo da comercialização com as agências de turismo.
“Nos últimos anos, as agências de turismo voltaram-se principalmente para os pacotes internacionais e de sol e praia. Mas agora o turista brasileiro está procurando opções mais baratas dentro do País. Pode ser uma boa hora para trabalharmos em parceria e oferecer diferenciais”, diz Solera.
Uma boa notícia para o setor foi divulgada recentemente no 31ª Encontro Comercial da Braztoa, em São Paulo. O lançamento da primeira operadora especializada em turismo rural do Brasil, a Brasil Rural, que nasceu depois de uma viagem de 16 empresários brasileiros ao norte de Portugal, este ano, no projeto Benchmarking em Turismo – Experiências Internacionais, uma parceria entre Sebrae, Braztoa, Embratur e Ministério do Turismo.
“Eu trabalho há muitos anos com turismo rural e sempre tive vontade de ter uma operadora. Em Portugal, tive a oportunidade de conhecer uma operadora portuguesa. Pude perceber na viagem que o Brasil tem grande potencial turístico no setor. Precisamos apenas nos profissionalizarmos”, disse Andréia Arantes, uma das criadoras da Brasil Rural.
A operadora nasceu com quatro produtos específicos que têm como compromisso expressar a qualidade de vida e respeito à natureza. “Queremos promover múltiplas experiências rurais no Brasil, com roteiros em 16 Estados brasileiros e em países como Portugal e Colômbia. Já estão prontos para começar a operar 13 roteiros no Brasil, fora os pacotes especiais, customizados, que podem ser contratados pelos clientes”, diz Andréia.
Os produtos se dividem em duas categorias. A primeira, 'Experiências', é constituida por momentos exclusivos - para indivíduos ou pequenos grupos - em que são propostas atividades como modelar o barro, fazer bonecas ou objetos em palha de milho ou participar de um piquenique à beira do rio. O 'Piquenique na Serra da Mantiqueira', por exemplo, custa apenas R$ 95,00, com seguro incluído.
A segunda categoria, 'Roteiros', subdivide-se em 'Naturais' e 'Natureza e Aventura', e contam com um número mínimo de participantes. A idéia é conhecer engenhos, pequenos sítios, quintas e haciendas para presenciar a produção do café, cana-de-açúcar, alimentos orgânicos, fazer cavalgadas e escaladas nas serras e montanhas, praticar arquearia e fazer passeios de bicicleta ou caminhadas.
Para Carlos Solera, a iniciativa da Brasil Rural chega na hora certa, já que o segmento passa agora por sua quarta fase, a da comercialização. “O desconhecimento não é só das agências, mas também das fazendas de turismo rural. Quem produz (empresário rural) na maioria das vezes não entende a função e trabalho dos atores da comercialização e dificilmente possui uma visão profissional do turismo. Tudo ainda é muito novo, mas gradativamente este sistema de compreensão vem crescendo”.
Das quase 15 mil fazendas que trabalham com turistas, 60% têm até 50 hectares, o que mostra a grande inserção de pequenos proprietários rurais em busca de diversificação para agregar novos valores a suas atividades tradicionais. O turismo rural, segundo o presidente da Abraturr, gera perto de 500 mil empregos diretos e indiretos no País. Destes, 35% são representados por mão-de-obra familiar e o restante por trabalhadores de origem local ou regional.
“Estes são dados importantes para que os prefeitos tomem consciência e façam políticas públicas voltadas a desenvolver o turismo em suas cidades, principalmente em regiões onde há grande concentração de empreendimentos rurais.
No próximo dia 6 de abril, Solera participa com outras 63 entidades da primeira reunião de 2009 do Conselho Nacional do Turismo. Na pauta, o corte de 85% do orçamento do Ministério do Turismo este ano.
Serviço:Abraturr – (41) 3243-0908/9226-5170Brasil Rural – (11) 8279-7788
http://www.brasilrural.tur.brAgência Sebrae de Notícias – (61) 3348-7494 e 2107-9352www.agenciasebrae.com.br
Fonte: Agência Sebrae de Notícias

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